segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O teatro inglês a partir dos anos 50 - 2


2. O Teatro Royal Court

É costume designar 8 de Maio de 1956, dia da estreia de O Tempo e a Ira,[1] de John Osborne no Teatro Royal Court, em Londres, sob os auspícios de George Devine, como sendo a data do nascimento do teatro britânico contemporâneo. Continuando o seu trabalho a partir dos subsequentes sucessos de Wesker e Arden, o Court apresentou ao palco inglês escritores como Ann Jellicoe e N. F. Simpson.
Igualmente significativo foi talvez o trabalho de Joan Littlewood com a Theatre Workshop no Teatro Stratford, East London: a sua cavalariça produziu os polémicos e populares musicais Fingers Ain’t Wot They Used T’Be (1959) e Oh! What a Lovely War (1964) bem como peças de autores como Brendan Behan e Shelagh Delaney.

John Osborne
1929 - 1994

Na sua famosa crítica para o Observer, Kenneth Tynan declarou que “duvido que pudesse apaixonar-me por alguém que não quisesse ver O Tempo e a Ira.” De facto, o legado mais duradouro da primeira peça de Osborne a ser apresentada em palco é o seu retrato de um homem ferido, apaixonado e sem amor, numa furiosa revolta contra os domínios público e privado. Em peças como O Animador, a histórica Lutero, Um Patriota para Mim e nas contemporâneas Testemunho Inadmissível e Um Hotel em Amsterdão, Osborne escreveu muitos dos melhores papéis (e melhores falas) para os melhores actores do seu tempo. Cada vez mais hostil para com o teatro contemporâneo, e na verdade para com muito do mundo contemporâneo, afastou-se do drama e refugiou-se na autobiografia durante os anos 80, reaparecendo com uma nova peça – assente nas personagens de O Tempo e a Ira e intitulada Déjà Vu – em 1992.

Algumas peças
1956 O Tempo e a Ira
1957 O Animador
1961 Lutero
1964 Testemunho Inadmissível
1971 A Oeste do Suez
1972 Uma Sensação de Desprendimento
1992 Déjà Vu

NOTA: Por uma vez, podem ir consultar a Wikipédia e encontram mais informação aqui também.
[1] Na tradução de Gustavo Rubim para a Companhia Teatral do Chiado, o título escolhido foi Dá Raiva Olhar para Trás.
NOTA 2: A propósito de O Tempo e a Ira, Arnold Wesker, no jornal Independent, descreveu Osborne como tendo “aberto as portas dos teatros a todas as gerações de escritores subsequentes.”

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