terça-feira, 27 de março de 2007

Os Rosenberg...

Página 38 - "MAX [deliciando-se com o que vai dizer] - Lembram-se daqueles dois espiões que eles mandaram para a cadeira, na América, há pouco tempo? O raio da máquina não funcionou - ah - e tiveram de fazer outra vez."

Nos Estados Unidos, em 1953, Julius e Ethel Rosenberg foram executados na cadeira eléctrica, sob a acusação de crime de espionagem a favor da União Soviética.
Ocorrido durante à caça às bruxas do McCarthismo, em plena Guerra Fria, foi um caso que mobilizou o interesse de milhões de pessoas. O julgamento foi seguido (e discutido!) atentamente.
O casal foi preso em 1951, o julgamento e sentença decorreram durante o ano seguinte, tendo sido executados dois anos depois. Julius tinha 35 anos e Ethel 37. Eram pais de duas crianças pequenas.
Vivia-se em pleno pós-Guerra, a União Soviética fizera detonar a sua primeira bomba atómica em Agosto de 1949 e os Rosenberg foram acusados de terem passado segredos científicos aos comunistas, no que J. Edgar Hoover classificou de “crime do século”. Apesar de formalmente serem aliados, EUA e URSS estavam envolvidos numa corrida às armas e numa caça aos espiões, marcadas por incidentes e detenções variados ao longo de muitos anos.
Após a condenação, foi lançada uma campanha para salvar as suas vidas, campanha que durou dois anos. Sem sucesso. Como não obtiveram sucesso as várias iniciativas, junto dos vários tribunais. O Supremo chegou a reunir para apreciar um indulto, mas o casal foi executado na mesma noite da reunião: 19 de Junho de 1953.
Sabe-se hoje que, pelo menos Ethel, não era de facto culpada mas as autoridades terão querido exercer pressão sobre o marido.
A execução não decorreu com normalidade. Julius foi morto primeiro e quando Ethel, depois de terem retirado o corpo dele, se sentou, não conseguiram matá-la à primeira. O carrasco teve de accionar o interruptor cinco vezes, uma vez que o capacete a que os eléctrodos estavam ligados era demasiado grande para a sua cabeça.
Ainda hoje, mais de 50 anos passados, se discute este julgamento, as circunstâncias em que decorreu e o resultado. As opiniões não são unânimes.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que choque!